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Defenda-se - Vigaristas  

Data: 26/06/2007

 
 

Introdução

Uma imagem estereotípica de um vigarista
Vigaristas ganham dinheiro enganando as pessoas. As mentiras que eles contam e as encenações que criam podem levar as pessoas - especialmente as mais ingênuas e gananciosas - a pensar que estão fazendo um negócio da China, quando na verdade estão é sendo passadas para trás. No Brasil, um dos apelidos do vigarista é 171, referência ao artigo do Código Penal para o crime de estelionato.

Mas qual é a aparência geral dos vigaristas? Ao contrário do que mostram os desenhos animados, ele nem sempre é um personagem sombrio. Pelo contrário, é esperto em assumir a aparência que a situação exige. Se a trapaça envolve bancos ou investimentos, ele vestirá um belo terno. Se envolve enganações sobre reformas na sua casa, ele se vestirá a caráter. Até a concepção básica de que o vigarista é um homem é incorreta: há muitas vigaristas mulheres também.

Você pode achar que consegue identificar um vigarista, pois instintivamente não confiará nessa pessoa. Mas isso contraria as próprias origens da palavra vigarista, que em inglês, "con-artist" não é nada mais que a abreviação da expressão artista da confiança: o que eles fazem de melhor é conquistar a sua confiança, o suficiente para colocarem as mãos no seu dinheiro - e para isso eles podem ser bastante charmosos e persuasivos. Em português, "vigarista" vem de "conto do vigário", termo que descreve genericamente qualquer golpe que consista em contar uma história que pareça verdadeira para arrancar dinheiro de quem a ouve. Um bom vigarista pode até fazer você pensar que ele é um antigo amigo que você não vê há anos.

Entretanto, os vigaristas têm algumas coisas em comum. Mesmo os melhores só podem continuar até o momento em que as pessoas começarem a suspeitar. Por esse motivo, os vigaristas tendem a se mudar com freqüência. Eles podem ter um emprego que os permita fazer isso ou podem alegar ter tal emprego. Trabalhador em ferrovias ou parques de diversões e vendedor ambulante são alguns dos empregos que os vigaristas inventam para justificar suas constantes mudanças. Vem do conto do vigário, um vigarista típico de antigamente se fazia passar por padre. 

A trapaça de um vigarista
Termos diferentes para vigaristas incluem: embusteiro, trapaceiro, velhaco, charlatão, enganador, 171, fraudador, trapaceiro, estelionatário e golpista.

Seria impossível catalogar todos os vigaristas, pois eles são criativos. Enquanto muitos fazem simples variações de truques centenários, as novas tecnologias e leis dão aos vigaristas a oportunidade de criar golpes originais. Muitos deles têm a tendência de cair em algumas categorias gerais, como vigaristas de rua, de negócios, da Internet, de empréstimos e de reformas da casa.

Vigaristas de rua
Essas trapaças acontecem rapidamente e em um local público. Em geral, elas envolvem a perda de pequenas quantias de dinheiro, no máximo algumas centenas de reais. Em geral, a vítima é abordada por um estranho que faz uma oferta, uma aposta ou está reagindo a alguma coisa aparentemente ocasional e não relacionada, que aconteceu próximo dali. É claro que esse acontecimento "ocasional" é algo que o vigarista planejou pensando com bastante antecedência.  

  • Cachorro de raça - um estranho entra em um bar com um cachorro na coleira. Ele pergunta se o dono pode tomar conta do cachorro enquanto faz uma aposta ou participa de uma negociação. Enquanto o estranho não está, um segundo vigarista chega e observa o cachorro. Ele diz ser especialista em criação de cachorros e que aquele cachorro vale muito dinheiro. Pergunta ao dono se o cachorro está a venda, porque ele pagaria muito dinheiro. A trapaça toda depende da ambição do dono do bar. Supõe-se que ele verá a oportunidade de comprar o cachorro do dono inocente por um preço baixo e depois revendê-lo para esse "conhecedor especializado". Ele pede que o especialista volte mais tarde e tenta comprar o cachorro quando seu dono volta. Ele compra o cachorro, mas o "especialista" nunca mais volta para comprá-lo. Os dois vigaristas vão embora com uma boa quantia de dinheiro e o dono do bar fica com um vira-lata. No romance de Neil Gaiman, "American Gods", dois personagens dão esse golpe usando um violino em vez de um cachorro.
     
    O dono de um bar e um cachorro
  • A queda do pombo - há muitas variações desta trapaça, mas todas elas começam com a vítima e o vigarista localizando alguma coisa valiosa nas redondezas. Normalmente é um envelope ou uma mala cheia de dinheiro, mas também poderia ser um anel de diamantes. O vigarista tenta fazer a vítima ver o envelope primeiro, fazendo-a não desconfiar de que planejou isso. Um segundo vigarista pode se envolver quando a vítima e o primeiro vigarista resolvem dividir o dinheiro encontrado, exigindo uma divisão justa, uma vez que ele também viu o envelope.
Duas pessoas localizando um envelope abandonado, cheio de dinheiro

Nesse momento, os vigaristas vão sugerir que todos coloquem um pouco do seu dinheiro dentro do envelope como um "dinheiro de boa fé", para mostrar que eles são pessoas financeiramente responsáveis. Uma vez que o dinheiro está todo no envelope, ele é dividido em três e devolvido à vítima e aos dois vigaristas, porém através de um truque com as mãos e de uma distração, a vítima pega um envelope cheio de recortes de papel.

No golpe do anel, o vigarista diz ser especialista em avaliação de jóias e diz que o anel vale muito dinheiro, mas, não tendo tempo para vendê-lo ou penhorá-lo, o vigarista sugere que a vítima o compre pela metade do preço. Ela paga, então, o que pode para o vigarista e fica com o "valioso" anel, que na verdade é uma imitação barata. A vítima dessa trapaça é geralmente chamada de "pombo".

Monte de três cartas
 
  • Monte de três cartas - nesta famosa trapaça de rua, o vigarista tem uma mesa com três cartas na sua frente. Uma carta está virada para cima para mostrar que é o ás de espadas (ou qualquer outra carta). A vítima aposta que consegue prestar atenção nessa carta enquanto o vigarista reorganiza-as rapidamente na mesa. Caso a carta certa seja escolhida, a vítima ganha. Amigos do vigarista participam do jogo, ganhando e perdendo, para dar à vítima a impressão de que se trata de um jogo leal e que ela poderá vencer se tiver o olhar atento. Na verdade, o vigarista é um mestre no truque com as mãos, capaz de trocar cartas sem que a vítima perceba. Não importa quanta atenção ela preste, ela nunca vai escolher a carta certa ao menos que o vigarista permita. Variações incluem o uso de conchas (um "jogo de conchas" às vezes é usado em golpes ilusionistas) ou copos, com a vítima tentando localizar uma moeda de 25 centavos ou uma bola.

Finanças e Internet

Golpes na bolsa de valores e esquemas de marketing são as principais trapaças no mundo dos negócios. Elas normalmente tiram vantagem das misteriosas regras da contabilidade de negócios e da comercialização de ações, além da ignorância das pessoas quanto a essas regras. Outros golpes tiram vantagem da ambição e da pouca habilidade matemática.

Golpes na bolsa de valores

Na trapaça "pump e dump" (algo como "inflar e descartar"), os vigaristas fazem ofertas exageradas de ações. Eles usam duras táticas de vendas e dizem ter informações de que as ações serão muito bem-sucedidas (o "inflar"). Os vigaristas são proprietários de muitas dessas ações, mas elas não têm valor e representam investimento em empresas-fantasma. Uma vez que um bom número de investidores compre as ações, seu valor começa a aumentar. Quando o valor fica alto o bastante, os vigaristas vendem todas as suas ações (o "descartar") e desaparecem com os rendimentos, bem como com o dinheiro que os compradores haviam investido.

Esquema de pirâmide

Essa trapaça continua a enganar pessoas ano após ano, mesmo sendo ilegais e não funcionando. Embora o esquema de pirâmide anteceda os anos 20, quando foi inventado por Charles Ponzi, ele ludibriou tanta gente, arrecadando tanto dinheiro, que o seu nome se tornou sinônimo desse tipo de golpe.

Em todo esquema de pirâmide, os investidores são convocados a pagar ao dono da empresa, que é o vigarista, no topo da pirâmide. Pode até haver um negócio real - como a compra e revenda de cupons para tirar vantagem das taxas de câmbio ou vender um determinado produto -, mas em geral é apenas uma simples pirâmide. As pessoas passam o dinheiro para quem está acima delas e esperam para receber dinheiro de qualquer pessoa que esteja abaixo. Mesmo que seja um negócio real, ele nunca renderá o bastante para pagar de volta todos os investidores. Cartas-correntes instruindo pessoas a enviar de R$ 5,00 a R$ 10,00 para outras pessoas em uma lista também são esquemas de pirâmide.

 

Um esquema de pirâmide

Cada pessoa que entra na pirâmide envia dinheiro para alguém que está acima dela e tem de convocar pessoas para ficar abaixo. Os novos convocados enviam seu dinheiro para seus superiores na pirâmide. Como o número de pessoas convocadas aumenta em cada nível, as pessoas que estão nos níveis mais altos irão ganhar mais dinheiro. Uma simples pergunta de bom senso impediria qualquer pessoa de entrar nesse esquema: se vamos ganhar tudo isso sem vender nada, de onde virá esse dinheiro? A resposta: a maioria das pessoas na pirâmide vai perder seu dinheiro. Só os dois ou três primeiros níveis ganharão alguma coisa (e a pessoa que convocá-lo vai dizer que você está no topo, mesmo que esteja longe disso). No final das contas, torna-se impossível convocar pessoas o bastante para sustentar a pirâmide: se cada membro tiver de convocar cinco novas vítimas para o nível abaixo, a pirâmide excederá e ultrapassará toda a população da Terra.

Empresas que hoje se intitulam firmas de "marketing de vários níveis" são basicamente esquemas de pirâmide com um nome bonito. Existem empresas legítimas de marketing de vários níveis. Elas normalmente envolvem pessoas que vendem produtos como cosméticos, produtos para emagrecer ou utensílios de cozinha. De qualquer forma, se uma empresa faz propaganda como sendo uma oportunidade de franquia ou mercado de vários níveis e é vaga sobre o produto que vende e/ou sobre sua margem de lucro, ou se ela dá muito enfoque à cobrança de taxas de franquia em vez de realmente vender algo, trata-se de um esquema de pirâmide.

A transferência de dinheiro para a Nigéria


A ampla utilização da Internet tem dado aos vigaristas novas possibilidades de enganar as pessoas. Trapaças como a fraude de leilões pela Internet ou sites de phishing, que tentam roubar números de cartões de crédito e de contas bancárias são comuns, mas existem outras trapaças on-line.

Talvez o mais infame golpe na Internet seja a transferência de dinheiro para a Nigéria ou fraude da taxa de adiantamento. Vários cidadãos norte-americanos com um endereço de e-mail já receberam um convite para cair nesse golpe alguma vez. Alguém da Nigéria (ou outro país africano), que se diz parente de um governante recentemente destituído, informa que precisa da sua ajuda com relação a algo muito sério. Parece que esse governante destituído tem milhões guardados numa conta bancária segura, mas só pode ter acesso a esse dinheiro se pagar certas taxas, subornos e multas para as autoridades nigerianas. É aí que entra a vítima: ela fornecer o dinheiro para cobrir esses custos, recebendo a "garantia" de que vai receber um retorno enorme pelo seu investimento quando o governo liberar o dinheiro. Normalmente, o e-mail promete uma grande porcentagem da soma total.

 

Não foi desta vez...
O autor desse artigo recebeu um e-mail sobre "Transferência de dinheiro para a Nigéria" enquanto escrevia esse artigo. Eis um fragmento:
"O VALOR ALEGADO FOI DE US$ 7,2 milhões (SETE MILHÕES E DUZENTOS MIL DÓLARES AMERICANOS). COMO PODE SER DE SEU INTERESSE, CONSEGUI INFORMAÇÕES IMPRESSIONANTES SOBRE VOCÊ NA CÂMARA DE COMÉRCIO BUKINAB, NO SETOR DE RELAÇÕES COMERCIAIS EXTERIORES, AQUI EM OUAGA, BURKINA-FASO. POR ENQUANTO, TODA A ORGANIZAÇÃO PARA REQUERER ESSE DINHEIRO COMO DE BOA FÉ, SENDO PARENTE PRÓXIMO DO FALECIDO, E CONSEGUIR A APROVAÇÃO NECESSÁRIA PARA TRANSFERIR ESSE DINHEIRO PARA UMA CONTA ESTRANGEIRA, TEM SIDO INVESTIGADA. DIRETRIZES E INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS SERÃO ENVIADAS PARA VOCÊ ASSIM QUE DEMONSTRAR INTERESSE E DISPOSIÇÃO EM NOS AJUDAR E SE BENEFICIAR DESSA GRANDE OPORTUNIDADE COMERCIAL."

Qualquer pessoa que realmente tenha enviado dinheiro para estes vigaristas logo descobrirá que vai haver outras taxas. O dinheiro pode ficar retido na fronteira e será preciso mais dinheiro para subornar os oficiais. Os vigaristas normalmente pedem informações pessoais, como números da seguridade social e cópias de passaportes. Isso vai longe, jogando-se com um dos mais perversos aspectos dos golpes de longo prazo: uma vez que a vítima já gastou uma boa quantia, ela acredita que, gastando apenas um pouco mais, receberá tudo de volta. Com tanto dinheiro já investido, a maioria das pessoas sente muita dificuldade de sair desse negócio. Algumas foram atraídas para o país de origem, seqüestradas e mantidas lá em troca de um resgate. Existe até um assassinato documentado (em inglês) relacionado a casos como esse. A Nigéria é famosa pela combinação de pobreza e a aplicação ineficiente de leis, especialmente no que diz respeito a golpes financeiros. A seção da lei nigeriana relacionada à fraude é a 419, motivo pelo qual esses golpes são chamados de golpes 419, ainda que eles possam ter origem em qualquer lugar, como mostra nosso exemplo acima.

Outras versões desse golpe pedem dinheiro para supostas pessoas doentes, crianças que precisa de operações especializadas e caras etc.

Golpes de vendas on-line

Outro tipo de golpe pela Internet atormenta pessoas que vendem produtos on-line, principalmente nos Estados Unidos. Alguém responder a seu classificado, oferecendo-se para comprar o item ou ganhando um leilão eBay, mas exige o uso de uma empresa de remessa determinada ou diz que o regulamento do banco exige que ele pague com um cheque pessoal de grande quantia. O cheque será de um valor que excede muito o valor do item (por exemplo: um cheque de US$ 5 mil para um item de US$ 100,00). O vigarista instrui o vendedor a descontar o cheque, ficar com o valor do item e então enviar o restante de volta para ele. Se o vendedor não se incomodar em esperar o cheque compensar (e muitos não se importam), o vigarista ganhará US$ 4900 quando o cheque for retornado, deixando a vítima com um grande prejuízo.

Continue lendo para aprender sobre mais trapaças, como evitá-las e o que fazer se cair em uma delas.

Charles Ponzi
Charles Ponzi não tinha necessariamente a intenção de criar um esquema de pirâmide, mas as coisas tomaram esse rumo. Ele convencia as pessoas a investir na sua idéia comercial, mas, quando os negócios não davam lucro o suficiente para pagar os investidores de volta, conseguia novos investidores e usava seu dinheiro para pagar os investidores originais. Esse processo se repetiu várias vezes, até que os jornais e os investigadores de polícia acabaram com seu plano. Bancos fraudulentos também usaram esse esquema, oferecendo altas taxas de juros em contas-poupança para atrair muitos clientes. Os depósitos dos novos investidores eram usados para pagar os juros dos primeiros clientes e assim por diante, até que o banco falisse ou os vigaristas sumissem com o dinheiro de todo mundo.

Golpes comuns no Brasil

Golpe dos cartões de celular pré-pago

Um golpe comum no Brasil nos últimos anos é o do celular pré-pago. Normalmente, os vigaristas são pessoas que estão na cadeia ou são amigos de pessoas que estão na cadeia. A pessoa liga para a casa da vítima, dizendo que é da empresa telefônica. O vigarista convence a vítima de que foi sorteada e irá ganhar um prêmio (um carro ou uma boa quantia de dinheiro). Para ganhar, a pessoa precisa comprar uma quantidade de cartões para carregar celulares pré-pagos. A vítima, então, compra os cartões e dá os números para a pessoa, que os usa para carregar o próprio celular. Depois não volta mais a ligar.

Golpe da entrevista de emprego

A ansiedade da procura do emprego faz com que muitos brasileiros caíam nesse golpe. Por e-mail ou telefone, o vigarista, dizendo-se de uma empresa de seleção de pessoa, entra em contato com o desempregado e diz que seu currículo foi selecionado para determinada vaga, Normalmente os golpistas usam nome de empresas grandes, principalmente, multinacionais. O suposto candidato acaba sendo convencido que terá que pagar uma taxa para continuar no processo de seleção, que nunca vai acontecer.

Outras trapaças e como evitá-las

Golpe da reforma na casa
Normalmente um vigarista que esteja tentando dar este golpe, vai abordar o proprietário da casa contando uma história parecida com esta:
"Estávamos trabalhando um pouco mais abaixo nesta rua e eu observei que você precisa de um telhado novo. Temos alguns materiais que sobraram desse outro trabalho e vamos ter de devolvê-los para o fornecedor de qualquer forma. Eu posso usar essas sobras para fazer um teto novo por um preço bem bom."

Uma vez que o falso construtor estiver com o dinheiro em mãos, vai desaparecer e não haverá nenhum telhado novo. Alguns vigaristas são empreiteiros de verdade, mas dão golpes como parte de seus negócios. Eles podem até fazer metade do telhado e pedir mais dinheiro. Quando uma pessoa tem um telhado pela metade em sua casa, ela não está em posição favorável para discutir. O construtor realmente pode concluir o trabalho, mas fazendo um serviço malfeito ou usando materiais de segunda mão. Pior ainda, pode ter uma cláusula no contrato que permita que ele penhore a casa e a execute através de hipoteca se o dono não pagar. Se você se recusar a pagar pelo trabalho malfeito, pode acabar perdendo a casa.

 

Uma casa com um telhado pela metade

Golpes de reforma da casa às vezes envolvem comissões para outros vigaristas. Um empreiteiro aborda o proprietário de uma casa oferecendo-se para trabalhar e o direciona para uma pessoa específica, que ajudará a financiar o dinheiro necessário para o trabalho. Esse "amigo" deve cobrar uma enorme taxa sobre o empréstimo do proprietário, enviando parte ao empreiteiro. Em outros golpes, uma "inspetora de casas" aparece dizendo representar a secretaria municipal de obras. Ela pode até ter uma identificação que pareça real. Essa inspetora vai encontrar vários problemas que violam o código e que resultariam em multas pesadíssimas. Como alternativa, ela direciona o proprietário a um amigo que pode fazer o trabalho por um bom preço. Normalmente não é um bom preço e o trabalho também nunca é bom: materiais baratos, mão-de-obra desqualificada e reformas desnecessárias são as marcas desses "especialistas em reformas de casa".

Trapaças em empréstimos
Hipotecas, refinanciamento de crédito e outros grandes empréstimos são um mercado maior para os vigaristas. Atualmente, algumas empresas oferecem serviços de "remoção de débito". Por um alto valor, eles vão fornecer um certificado que invalida sua hipoteca ou outro débito, significando que você não tem mais de pagar por eles, mas o documento fornecido não tem valor: não há escapatórias legais que permitam que você se livre de uma dívida sem pagá-la.

Banqueiros vigaristas podem pular a página em um contrato de empréstimo que diz que agora a casa pertence ao banco. As pilhas de papéis que o proprietário da casa tem que assinar são de confundir a cabeça, e a pessoa pode não perceber as letras pequenas. Algumas pessoas acabam dando suas casas a troco de nada.

Golpes de refinanciamento de hipoteca acontecem na mesma proporção. Esses vigaristas roubam pessoas que já estão com problemas financeiros. A vítima normalmente está tendo problemas em pagar sua hipoteca, aí o banqueiro vigarista percebe que ela tem uma eqüidade na casa, muitas dívidas e não tem renda o suficiente. Um empréstimo é oferecido, mesmo sendo óbvio que a vítima nunca irá pagá-lo. Tudo bem para o vigarista: ele não quer os pagamentos, quer uma execução hipotecária fácil.

Como evitar uma trapaça
Às vezes parece que o mundo está cheio de gente querendo colocar as mãos no seu dinheiro, mas é preciso lembrar de algumas coisas que farão com que você resista à maioria das trapaças:

  • ninguém nunca ganha algo a troco de nada - há um velho ditado que diz: "não se engana um homem honesto". A maioria das trapaças baseia-se na ambição da própria vítima. Os vigaristas sabem que as pessoas normalmente deixam de ser cuidadosas quando começam a ver sinais de dinheiro e negociações que parecem boas demais para ser verdade - e normalmente não são;
  • proteja suas informações pessoais - principalmente o seu número de cartão de crédito e de contas bancárias. Temos de usar esses números em muitas das nossas transações diárias, mas se alguém solicitar uma dessas informações, tenha certeza absoluta de que essa pessoa é alguém de confiança ou trabalha em uma empresa respeitável;
  • não aceite pedidos - se você receber uma ligação a respeito de uma oportunidade de investimento ou se alguém bater na sua porta oferecendo reformar a sua casa, desligue o telefone e feche a porta. Embora existam empresas legais que vão de porta em porta ou que façam ligações para encontrar clientes, elas são poucas;
  • preste atenção nos sinais - os vigaristas normalmente desistem se você fizer muitas perguntas. Peça um documento por escrito da oferta, um endereço real e não uma caixa postal, a carteira de motorista e tome nota das informações contidas nela. Anote os números da placa do carro e certifique-se de que o vigarista veja que você está fazendo isso. Se for uma oferta legítima, ele não irá se importar. Diga a ele que você precisa pensar sobre o negócio por alguns dias antes de tomar a decisão. Um vigarista normalmente irá pressioná-lo a tomar uma decisão na hora, usando táticas de vendas como dizer que a oferta não irá durar. Eles podem ficar nervosos quando você pedir algo por escrito e normalmente irão se recusar a fornecê-lo. Quando uma oferta é legítima, a pessoa geralmente ainda estará por perto na semana seguinte.
Se você foi trapaceado
Mesmo a pessoa mais esperta pode cair em uma trapaça. Se você foi vítima, o que deve fazer?

Os vigaristas contam com o fato de que suas vítimas vão se sentir bobas e com medo de denunciar o golpe, mas se você permanecer em silêncio sobre o que aconteceu, irá permitir que o vigarista continue roubando outras pessoas. Anote todos os detalhes o mais rápido possível, enquanto estiverem frescos na sua memória. Reúna qualquer evidência documentada que você possa ter, o que inclui recibos, contratos ou até gravações de telefonemas.

Agora é hora de entrar em contato com as autoridades. Você pode ter de pesquisar um pouco para encontrar a agência certa ou alguém que queira ajudá-lo. O departamento de polícia local talvez tenha uma divisão especial designada para casos de fraude. Além disso, entre em contato com um advogado. Procure o Fundação de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon) e veja se há outras reclamações sobre esta mesma pessoa ou empresa: isso poderá ajudar você e a polícia a pegá-lo. A Polícia de onde você mora também tem que ser informada sobre isso. Se você realmente chegar a um "beco sem saída", tente as emissoras de notícias das TVs locais. Muitas delas têm segmentos onde um repórter rastreia um vigarista e exige respostas e os vigaristas detestam holofotes.

No Brasil, a pena por crime de estelionato é de seis meses a seis anos, mais multa. 

 

Golpe violento

Um golpe, que tornou-se comum no Brasil, mistura as táticas da vigarice com a violência psicológica. Vários brasileiros já foram vítimas. O vigarista liga para o celular da vítima (normalmente em horários em que a pessoa estaria descansando), dizendo que determinado parente (eles normalmente têm o nome) foi seqüestrado e exigem o valor do resgate. Ele ameaça bater ou até mesmo matar o parente se a vítima tentar ligar para o celular para checar. Depois de uma tensa negociação, quando normalmente a vítima não pode desligar o seu próprio celular, os vigaristas marcam um local para pegar o resgate e fogem. Além da violência psicólogica, a vítima corre o perigo de também ser realmente seqüestrada. Como no caso do golpe do cartão de celular pré-pago, esses golpes têm a participação dos presos e de parentes e comparsas do vigarista soltos.



 
Referência: hsw.com.br (HowStuffWorks Brasil)
Autor: Ed Grabianowski
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