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Finanças pessoais - Gastos com educação têm grande peso no orçamento 

Data: 30/05/2007

 
 

Alguém já imaginou investir meio milhão de reais na educação de um filho ou já contabilizou este gasto em casa? Quem pretende manter a prole matriculada em instituições privadas de alto padrão, comprar todos os livros indicados - principalmente os de nível superior - e ainda considerar os gastos com materiais, uniformes, transporte, moradia, entre outros ônus comuns ao cotidiano escolar, pode desembolsar valor suficiente para comprar um imóvel de luxo em Uberlândia.

Os números foram apontados por um estudo do Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios (Cefipe) e consideram famílias com renda mensal líquida de R$ 5 mil por mês. De acordo com o economista Marcos Silvestre, coordenador executivo do órgão, as famílias com este padrão comprometem até 15% do orçamento em gastos com cada filho. Deste valor, metade é destinada diretamente à educação. "Alguns se sacrificam para oferecer mais aos filhos", afirma, referindo-se aos pais que têm rendimento abaixo de R$ 5 mil, mas que consideram a educação como prioridade.

Em Uberlândia, o item educação participou, em janeiro, com 11,2% da composição do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (Cepes) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ficando atrás somente de habitação e transportes.

Segundo Marcos Silvestre, até os 18 anos, os gastos mensais ficam bem próximos dos números apontados pela pesquisa — cujos resultados são válidos para grande parte do Brasil, inclusive Uberlândia. No entanto, a partir do ingresso ao ensino superior, as despesas se multiplicam.

Só para se ter uma idéia, os estudantes do curso de Medicina - um dos mais caros, mesmo em instituições públicas - da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) podem gastar, em média, R$ 1,5 por semestre, somente em livros, o que soma em seis anos de curso R$ 18 mil. A informação é do gerente de uma livraria especializada na área, Fábio Silva Mesquita. Diante destes custos, muitos estudantes são obrigados e reduzir os gastos, optando por apostilas, cópias, material emprestado, entre outros recursos.

Em uma livraria jurídica, o proprietário Valdir Lemos de Oliveira disse que, para os cursos de Direito, o dispêndio médio anual é de R$ 900, para os matriculados na UFU, contabilizando R$ 4,5 mil durante os cinco anos de curso. Já os estudantes das faculdades privadas investem por ano entre R$ 650 a R$ 820 em livros, e pagam em média R$ 700 de mensalidade. Ao todo, o Município tem hoje nove faculdades de Direito, segundo Valdir Lemos.

Para este último grupo de estudantes, somente a graduação pode custar entre R$ 87 mil e R$ 91,2 mil, considerando somente as mensalidades e os livros. No entanto, estes números podem ser bem diferentes, de acordo com a condição financeira de cada estudante. Conforme destacou Valdir Lemos, alguns chegam a comprar R$ 6 mil em obras da área jurídica, enquanto outros não fazem este tipo de investimento e driblam a necessidade de outras formas. Para as outras dezenas de cursos superiores oferecidos na cidade não há estatísticas de preços de mensalidades, nem de livros, em função do número de instituições e de graduações.

Projeto educacional tem cálculos subjetivos

 

Na avaliação do professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que é fonte da imprensa nacional em matérias sobre finanças domésticas, Luiz Carlos Ewald, os cálculos sobre investimentos em educação são subjetivos e dependem de uma série de fatores. A FGV também já apontou, mediante estudos, que as famílias brasileiras gastam, em média, 13,6% do orçamento com projeto educacional dos filhos matriculados na rede privada.

Em geral, a despesa média é de 5,7% dos rendimentos dos pais. A fundação apontou que famílias com renda de até R$ 400 gastam menos de 1% com educação. Para estes pais, o que pesa é a compra dos materiais escolares.

Luiz Carlos Ewald é autor do livro "Sobrou Dinheiro!" e, apesar de todo o conhecimento em finanças, ele faz duas afirmações que podem deixar muitos pais preocupados. A primeira é que investimento alto em educação não é garantia de uma resposta compatível por parte do filho e a outra é que, além de uma boa escola, os pais precisar dar atenção aos filhos; ensinar valores e dar bons exemplos. "A parte mais importante da educação é feita em casa", enfatizou.

Despesas são compatíveis

O advogado Marcos Henrique de Oliveira Borges e a esposa Andréia de Lima Barbosa investem cerca de R$ 6,5 mil por ano na educação dos filhos Henrique e Mateus, de 10 e 4 anos, respectivamente. Se estes gastos se mantivessem estáveis, até os 22 anos de cada um - idade média em que os jovens concluem o curso superior -, os dispêndios seriam de aproximadamente mais R$ 45 mil para Henrique e R$ 46 mil para Mateus, ultrapassando 90 mil, sem contar os gastos feitos até o momento e com cursos extracurriculares como os de língua estrangeira. Mas os pais já sabem que vão desembolsar bem mais que isso.

À medida que a aprendizagem avança, os gastos também aumentam, tanto com mensalidades quanto com livros. Só para exemplificar, para o filho mais velho, o pagamento mensal à escola é de R$ 280, enquanto a mensalidade do caçula é de R$ 200. Já os livros para este ano, destinado ao garoto de 10 anos, custaram R$ 370. Para o menor, os gastos com livros se limitam a títulos literários vendidos na própria escola e que custam em torno de R$ 60, mais os materiais de papelaria.

As cifras, no entanto, não desanimam os pais, que consideram a educação uma prioridade. "Temos a convicção de que, mediante os resultados, os gastos são relativamente baratos. Até o pré-vestibular, pretendemos mantê-los numa boa escola, mas quando forem cursar a faculdade, vamos priorizar a pública, que é a melhor", salientou Andréia Barbosa.

Ela e o marido se formaram em universidade federal e buscam o mesmo caminho para os filhos. De acordo com a psicóloga, hoje as faculdades privadas se tornaram alternativa para muitos estudantes que não tiveram uma educação básica de qualidade nas escolas públicas, e por isso não conseguem ter acesso às vagas oferecidas pelas instituições públicas. Muitos destes alunos enfrentam dificuldades financeiras para arcar com as mensalidades, mas preferem esta opção a gastar tempo e dinheiro com cursinhos pré-vestibulares.

Os pais de Henrique e Mateus querem esta realidade distante da vida dos filhos. Por isso, não economizam na educação deles, agora. Quanto à possibilidade de cursarem a graduação em uma instituição privada, Andréia Barbosa disse que, para isso, é necessária uma poupança, que a família ainda não providenciou, mas ainda pretende se prevenir.

Vagas são insuficientes

Com uma defasagem de cerca de 7,5 mil vagas para a educação infantil, na rede municipal de Uberlândia, centenas de pais recorrem às escolas públicas. Para muitos deles, a escolha é mesmo por opção. Na rede pública, os gastos neste nível de ensino são pequenos. Há um programa municipal de doação de uniformes e os materiais custam em torno de R$ 50 para cada ano. Já nas instituições privadas, a situação é bastante diferente.

O valor das mensalidades varia de R$ 170 — o que vale para até a 4ª série do ensino fundamental — a mais de R$ 600, podendo alcançar R$ 43,2 mil de investimentos durante os seis primeiros anos de escolaridade, somente com a prestação do serviço. Os livros de 1ª a 4ª série custam cerca de R$ 300, por ano e, ao fim dos quatro anos, serão R$ 1,2 mil.

Da 5ª à 8ª série, o valor da mensalidade numa escola de nível intermediário fica em torno dos R$ 400. Nesta etapa, se a família pagar o referido valor, vai gastar 19,2 mil, sem contar com os livros, cujo preço médio é de R$ 400, a cada ano, totalizando R$ 1,6 mil. Já para o ensino médio, as parcelas mensais variam de R$ 400 a R$ 600.

Neste caso, os três anos consomem de R$ 14 mil a R$ 21 mil, mais os livros, cujos investimentos são de aproximadamente R$ 2 mil para todo o período. A lista de títulos varia de uma escola para outra, o que reflete também nos preços.

Diante destes números, considerando somente os dois gastos mais expressivos, da educação infantil à conclusão do ensino médio, mais de R$ 70 mil poderão ser investidos.

Com os incentivos do mercado, estes custos podem ser muito maiores. Nas livrarias, a diversidade de materiais atrativos, com temas do momento, como os cadernos e fichários, pode levar um percentual significativo da renda das famílias, sem contar os gastos extras, com transporte — seja em veículo próprio, ônibus ou van -, uniformes, lanche, passeios programados pelas escolas, entre outros.

Na rede pública, as famílias podem economizar também com materiais escolares e livros didáticos que, em sua maioria, são doados pelo Município e pelo Estado.

Realização de um sonho

As cifras relacionadas à educação podem até assustar, mas a melhor notícia é que, mesmo sem dinheiro, é possível realizar o sonho de se formar em uma conceituada instituição de ensino e conquistar a carreira desejada. Basta haver dedicação e persistência. Terminando o 5º período do curso de Medicina, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a estudante Núbia Rodrigues Batista é um exemplo de que o sucesso escolar está atrelado a investimentos altos.

Filha de um feirante e de uma auxiliar de serviços gerais, que ganha um salário mínimo por mês, ela sempre estudou em escolas públicas, com exceção dos cinco anos e meio de cursinho que precisou fazer - depois de certo tempo, conseguiu bolsas. "Fazia cursinho à tarde, mas às 8 horas já estava no colégio para estudar e continuava estudando até a noite, na biblioteca", relata.

Depois de 24 vestibulares, ela foi aprovada e a partir de 2010 será médica. Para comprar o Atlas de anatomia, um dos materiais mais caros no início do curso (cerca de R$ 600), foi preciso o pagamento em muitas parcelas, assim como o computador, que era essencial para os estudos.

Os livros, também caros, ela pega emprestado com colegas e utiliza também os da biblioteca. Com isso, do 1º ao 4º período do curso, a estudante não comprou nenhum título. As cópias, embora gerem gastos de até R$ 80 por mês, também são aliadas nos estudos de Núbia Rodrigues.

Segue por caminho semelhante o irmão dela, Yuri Rodrigues Batista. Aos 18 anos, ele cursa o 2º período do curso de Física, também na UFU, e já conseguiu vaga temporária para lecionar na rede estadual. O ingresso no curso foi pelo Paies. "Não temos como comprar todos os livros. Ele vai mais cedo e estuda na universidade. Está apertado, mas a única chance de mudança que minha família tem é esta. Não existem viagens, passeios, mas daqui a algum tempo vai ter", enfatiza a mãe dos estudantes, Vanilda Rodrigues Batista.



 
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