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Carreira / Emprego - Tudo muda quando você muda  

Data: 24/11/2008

 
 
No auge da minha impetuosidade juvenil, eu era conhecido no mundo corporativo como “general”, em virtude do meu jeito autoritário, arbitrário e muitas vezes rude de exigir o cumprimento das normas e procedimentos da empresa. Por mais que eu estivesse tentando cumprir a política, e sob o meu ponto de vista eu estava sempre certo, a imposição das idéias a qualquer preço não contribuíram em nada para o meu crescimento profissional.

Por conta disso eu arranjei desafetos ao longo do caminho e nunca compreendi muito bem o motivo, afinal, eu estava simplesmente cumprindo o papel que me foi atribuído na condição de responsável pela coordenação do setor. Quando você é líder e tem a “chave do cofre” na mão, é fácil migrar de querido a odiado numa fração de segundos, principalmente se você ocupava um cargo de mesmo nível hierárquico e, na seqüência, se viu obrigado a mudar de postura pelo fato de ter se tornado líder dos seus próprios colegas.

No início, as pessoas cumprimentam, elogiam e são capazes de jurar que torcem por você, além de despejar uma série de chavões do tipo “eu já sabia”, “você merece” ou “que bom que foi você”. A gente custa a acreditar em palavras nobres e solidárias, afinal, a concorrência, a necessidade premente de reconhecimento e a valorização são inerentes ao ser humano. Qualquer promoção que não seja a de si mesmo causa as mais variadas reações.

Esse comportamento está presente nas diferentes camadas e segmentos da sociedade moderna. O mais vil dos políticos, reis ou imperadores consegue amealhar bajuladores. Imagine um profissional autoritário, mas popular entre os seus seguidores e carregado de boas intenções. Era assim que eu me sentia na época e por conta disso havia sempre alguém querendo “puxar o meu tapete”.

Poder é algo que fascina as pessoas e independe do nível de instrução ou hierárquico. Quando você está revestido de poder e autoridade, em que ambos caminham lado a lado, o comportamento tende a fugir ao seu controle. Invariavelmente, você é dominado pela empáfia e pelas imposições do ego que o transformam numa criatura amarga, inacessível e, por vezes, intransigente, principalmente se você não está preparado para o cargo. O falso poder é capaz de produzir aberrações corporativas irremediáveis em sã consciência.

O fato é que a gente demora a reconhecer a necessidade de mudança, pois, num primeiro momento, tem tudo a ver com o orgulho e a necessidade de auto-afirmação perante o grupo. Geralmente, a modificação vem precedida de demissão, advertência ou mesmo de uma rejeição em equipe em virtudes dos excessos, o que não é simples de aceitar, tampouco fácil de reverter.

A despeito de todos os acontecimentos, eu demorei a captar a essência do ambiente corporativo. As pessoas não estão muito preocupadas com as normas, procedimentos e políticas de maneira geral. Embora isso seja importante, o que lhes interessa inicialmente é a própria condição dentro da organização. Se as prioridades da empresa estão em consonância com as suas necessidades, ótimo; caso contrário, meras formalidades são apenas condições transitórias que podem ser atropeladas até o próximo “puxão de orelha” ou o próximo emprego.

Ao longo do tempo eu fui percebendo também que o universo alheio estava a quilômetros de distância do meu mundinho real. Embora eu imaginasse que minhas atitudes traduziam o desejo da empresa, as pessoas ao meu redor queriam de fato um cumpridor de normas mais flexível e atento às necessidades do grupo.

Penso que, para o nosso próprio bem, nada acontece exatamente como desejamos, pensamos e planejamos na vida. No meu caso, foram necessários muitos embates acalorados, ameaças, críticas, vários empregos e livros e mais livros para provocar uma transformação de ordem pessoal na minha maneira de ver o mundo e administrar os meus próprios conflitos.

Tudo muda quando você muda. Ser flexível e mais aberto aos pontos de vista alheios não significa deixar de lado os valores e os princípios consolidados ainda na infância. Não importa quanto tempo leva para descobrirmos o quanto somos ricos e ponderados, mas quanto tempo ainda nos resta para mudar de atitude, de postura e de ponto de vista, a fim de nos tornamos mais humanos e dispostos a reconstruir uma carreira profissional, um relacionamento pessoal, uma vida.

Apesar de tudo, tenho muito chão pela frente. Somos produtos do meio e demoramos a entender as duras mensagens da vida, embora isso não justifique as atitudes tomadas no calor da emoção. No fundo, queremos todos sobreviver, crescer, provar a nós mesmos que somos capazes de dar a volta por cima e tirar de letra essa sucessão de privações e provações ao longo do caminho. E a vida não faz distinção de ambientes, mas cobra muito e exige que você cresça o tempo todo.

Durante o caminho aprendi que existem coisas essenciais e pessoas especiais que devem ser preservadas até o fim da vida. O relacionamento saudável é uma delas e você não precisa abrir mão de convicções para mantê-los. Entretanto, existem acontecimentos banais que podem ser solucionados de maneira bem mais simples quando mente e coração se mantêm abertos ao diálogo e ao respeito mútuo entre as partes. O que eu aprendi com tudo isso?

1. A melhor maneira de ganhar uma discussão é evitá-la. Pontos de vista pessoais interessam única e exclusivamente a você;
2. Pontos de vista profissionais são objetos de negociação e análise conjunta, pois estão atrelados ao cumprimento de um objetivo maior que não depende exclusivamente de você;
3. As pessoas em geral possuem muito mais coisas boas do que ruins, portanto, exercite o hábito de procurar o que elas realmente têm de bom, em vez de procurar apenas defeitos;
4. Encare cada situação de maneira positiva e as coisas tendem a fluir da forma como deve ser, não como você imagina que deve ser;
5. Ainda que você não consiga mudar uma situação, mantenha uma boa atitude, seja íntegro, dê tempo ao tempo;
6. Cargos, empregos, status e sucesso são transitórios em qualquer parte do mundo; cultive a consciência do momento presente e ela definirá a sua importância no momento futuro.

Reconheço que as coisas ficaram muito mais fáceis e simples a partir do momento em que eu decidi mudar radicalmente a maneira de pensar e agir. É óbvio que as mudanças não acontecem da noite para o dia, mas a decisão é que conta. O restante vem naturalmente. Segundo Hal Urban, autor de “As Grandes Lições da Vida”, “quanto mais completos e integrados nos tornamos, melhor nos sentimos em relação a nós mesmos e à vida em geral”. Pense nisso e seja feliz.



 
Referência: rh.com.br
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