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Negócios / Empreendedorismo - Até pequenos negócios aderem à terceirização  

Data: 30/09/2008

 
 

Do lado de fora, o prédio cinza em estilo vitoriano, com janelas de vitrais, parece a típica casa dos sonhos da classe média. Mas ele também é a sede do que se pode chamar de uma micro multinacional. Randy e Nicola Wilburn administram companhias imobiliárias, de consultoria, design e alimentos para bebês a partir de sua casa, em uma quadra reurbanizada de Dorchester, Massachusetts. Eles fazem isso levando a terceirização ao extremo.

Profissionais de todas as partes do mundo prestam serviços para a dupla. Por US$ 300, um artista indiano desenhou a bela logomarca de um bebê olhando com curiosidade para as palavras "Baby Fresh Organic Baby Foods" e o papel timbrado da companhia. Um "freelancer" de Londres redigiu material promocional. Randy contratou "assistentes virtuais" em Jerusalém para transcrever mensagens de voz, atualizar seu site na internet e elaborar gráficos no PowerPoint. Corretores aposentados de Virgínia e Michigan cuidam da papelada da unidade imobiliária.

A terceirização global deixou de ser uma coisa só para as grandes corporações. Cada vez mais, empresas que incluem de revendedores de automóveis a agências de propaganda acham mais fácil transferir o desenvolvimento de software, a contabilidade, os serviços de apoio e os trabalhos de design para terras distantes. A Elance - empresa de serviços on-line de Mountain View, na Califórnia, e principal conexão dos Wilburn com a força de trabalho cibernética -, tem 48,5 mil pequenas empresas como clientes, um número 70% superior ao do ano passado. Por mês, a companhia registra 18 mil novos projetos. Sites como Guru.com, Brickwork India, DoMyStuff.com e RentACoder também apresentam crescimento acelerado.

Desde o início dos anos 90 ouvem-se previsões de que a internet revolucionaria o trabalho ao criar um vasto mercado global para os profissionais. John Doerr, a lenda do capital de risco, pensou tanto na idéia em 1999 que sua empresa, a Kleiner Perkins Caufield & Byers, apostou quase tanto na Elance quanto no Google e na Amazon. Raymond J. Lane, sócio-gerente da Kleiner, é o presidente do conselho da companhia.

Mas, enquanto outras formas de comércio eletrônico pegaram rapidamente, apenas recentemente os sites da internet para "freelancers" começaram a ganhar força. A Evalueserve, uma empresa de pesquisa de mercado, estima que as receitas dos mercados de serviços on-line vão crescer 20% em 2008, para US$ 190 milhões. Algo distante do alarde inicial.

Por que levou mais tempo para os compradores e vendedores de serviços se sentirem confortáveis negociando on-line do que as companhias que lidam com bens físicos? Um eBay para serviços, diz Fabio Rosati, executivo-chefe da Elance "foi uma idéia brilhante que começou cedo demais". Mas a melhoria dos programas de computador, mecanismos de busca e novas ferramentas estão dando impulso ao setor. Vários sites já permitem que os compradores vejam amostras de trabalho detalhadas e que os clientes dêem notas para milhares de vendedores de serviços. O Guru lançou um sistema de pagamentos para mediar disputas e permite aos compradores fazer depósitos em garantia até que o trabalho seja recebido. A Elance desenvolveu um software para monitorar o andamento dos trabalhos e realizar cobranças, pagamentos e registrar impostos.

Essas melhorias começam a fazer a diferença. A Elance, que faz dinheiro cobrando assinaturas e uma parcela de 4% a 6% de cada projeto, prevê um crescimento de 50% do faturamento total este ano, para US$ 60 milhões. O Guru prevê um crescimento parecido, para US$ 26 milhões.

O vendedor de carros Ariel Tehrani, de Nova York, encomendou a brasileiros a criação de seu site de vendas

Os pequenos empreendedores são a maior fonte do crescimento. Ariel Tehrani, revendedor (das marcas de carros) Lincoln Mercury do Queens, em Nova York, contratou brasileiros para desenvolver um site multimídia para a venda de automóveis on-line. Jonathan Fleming, agente imobiliário de San Francisco, usa designers gráficos de Portugal, gerenciadores de bancos de dados da Índia e redatores da Hungria em seu blog.

Os Wilburn começaram comprando designs gráficos por meio da Elance em 2000. Eles afirmam que mudaram para a terceirização radical depois de ler, em 2007, o best-seller "Trabalhe 4 Horas por Semana", de Timothy Ferriss, que enaltece os méritos de se conseguir mais tempo livre contratando "assistentes virtuais" em países de mão-de-obra mais barata para a realização de tarefas de rotina.

A ajuda remota vem permitindo a Randy Wilburn, de 38 anos, lidar melhor com as oscilações da economia. Seus negócios na área imobiliária esfriaram e agora ele passa mais tempo mostrando a organizações sem fins lucrativos dos Estados Unidos como elas podem ajudar proprietários de residências a evitar que suas hipotecas sejam executadas. Assistentes virtuais cuidam da correspondência de rotina e juntam material de negócio enquanto ele está viajando, tudo isso por menos de US$ 10 mil por ano. Ele calcula que uma secretária trabalhando em período integral lhe custaria US$ 45 mil por ano.

Nicola, uma designer de 35 anos, decidiu trabalhar em casa depois que teve seu segundo filho. Agora, ela encomenda trabalhos de design para "freelancers" e está começando a vender alimentos orgânicos para bebês que ela mesma prepara. Para expandir o negócio, ela começou a montar um site na internet, oferecendo US$ 500 pelo trabalho de design. Dos 20 interessados que responderam, via Elance, 18 são de fora dos Estados Unidos.

O casal usa dois vendedores de serviços de terceirização. Um é a GlobeTask, uma empresa de Jerusalém que emprega dezenas de artistas gráficos, designers da internet, redatores e assistentes virtuais em Israel, na Índia e nos EUA. Geralmente, cobra US$ 8 a hora. A outra é a Webgrity de Calcutá, que possui 45 funcionários e cobra de US$ 1 a US$ 1,20 a hora.

Cinco anos atrás, diz o fundador Amit Keshan, de 32 anos, a Webgrity criava sites na internet para clientes indianos. Agora, ele faz todo esse negócio por meio da Elance, lidando com até 300 trabalhos por mês para clientes americanos, britânicos e australianos. Por US$ 125, a Webgrity criou uma logomarca para a empresa imobiliária dos Wilburn. Segundo Randy Wilburn, a tarefa teria custado até US$ 1 mil nos Estados Unidos.

Um mercado mundial em que a terceirização dos negócios das empresas familiares tenha um apelo mais amplo ainda pode estar a anos de distância. Mas empresários de micro multinacionais como os Wilburn poderão não ser raridades por muito mais tempo. "As pessoas vão fazer as coisas à moda antiga enquanto não ficar óbvio que é melhor fazer da maneira nova", prevê Rosati, da Elance.
 



 
Referência: sebrae-sc.com
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