Franquia / Franchising - Vantagens e desvantagens das franquias - Para o franqueador
VantagensExpansão veloz
O Franchising permite que o franqueador aumente sua base de atuação em
ritmo muito mais veloz do que lhe seria possível se dependesse apenas de
seus recursos próprios para instalar, operar e gerir novas unidades.
Isso porque, primeiramente, permite que o franqueador faça uso daquilo
que os americanos chamam de O.P.M. ("other people's money"), ou seja, o
dinheiro dos outros, já que os franqueados é que irão bancar os custos e
despesas relacionados à implantação, operação e gestão das respectivas
unidades. Depois, porque reduz a necessidade de encontrar e contratar
gerentes que sejam capazes de administrar essas novas unidades, que
serão geridas pelos próprios franqueados, ou por pessoas indicadas e
contratadas por estes.
Mais eficiência
A operação e a administração das unidades franqueadas ficam a cargo de
seus próprios franqueados. Como o franqueado é o maior interessado no
sucesso da franquia, os resultados de sua unidade são revertidos quase
que integralmente para ele. Com isso, ele se dedica mais ao negócio,
podendo estar mais próximo a seus funcionários, supervisionando a
qualidade do atendimento prestado e o nível de vendas de sua unidade.
Consegue-se, desta forma, obter um ganho de eficiência para a rede como
um todo, em virtude da presença constante do dono em cada franquia.
Estrutura central reduzida
Uma estrutura pequena, formada por uns poucos profissionais de bom
nível, pode criar, implantar e coordenar uma rede de porte razoável e,
dessa forma, gerar bons lucros para os acionistas ou sócios da empresa
franqueadora, que não precisarão envolver-se no dia-a-dia de cada
unidade, nem arriscar um grande volume de capital.
Feedback
A partir de um certo ponto, na existência de uma operação de Franchising
é comum que o know-how passe a transitar numa via de duas mãos. Ou seja,
se no início é provável que o franqueador seja apenas um fornecedor de
tecnologia, a partir de um certo momento, quando seus franqueados mais
antigos já se encontram em estágio mais maduro da evolução das
respectivas unidades, o franqueador passa também a absorver o know-how
desenvolvido ou aperfeiçoado por estes.
É sempre bom lembrar que o maior sucesso de vendas do McDonald's, talvez
a franquia mais conhecida do mundo, é o Big Mac, um sanduíche que foi
criado por um de seus franqueados, Jim Delligatti.
Ingresso em novos mercados
O franqueador pode, através do Franchising, ingressar em mercados nos
quais dificilmente entraria se dependesse de seus recursos próprios,
sejam financeiros ou humanos. Para isso, conta com a presença física do
franqueado e com o conhecimento que cada um tem dos hábitos e da cultura
da região onde vive e trabalha.
Canal diferenciado para
seus produtos/serviços
Uma marca, ao ser comercializada através dos canais de distribuição
normais, corre o risco de se tornar mais uma entre várias outras numa
prateleira. Ao estabelecer uma rede de franquias, o produtor tem a
oportunidade de criar um ambiente propício para a comercialização do
produto, destacando-o frente à concorrência.
Fortalecimento da marca
Numa operação de Franchising bem estruturada, os produtos e/ou serviços
comercializados na rede chegam ao consumidor (ou o consumidor chega a
eles) envolvidos pelo "clima" que o franqueador considera mais adequado
para estimular seu consumo e realçar suas qualidades e, portanto, a
imagem institucional da marca. Além disso, com a expansão da rede, a
marca torna-se mais familiar ao consumidor.
Menos riscos trabalhistas
Tendo em vista que cada franqueado é, em princípio, econômica e
juridicamente autônomo e independente do franqueador, é a ele,
franqueado, que cabe a responsabilidade pelo pagamento dos salários e
encargos e pelo cumprimento de todas as obrigações concernentes aos
funcionários que trabalham em sua franquia.
Desvantagens
Perda de controle sobre os pontos de venda
Evidentemente, uma empresa que distribua seus produtos/serviços através
de uma rede de unidades próprias, ou filiais, operadas e geridas por
funcionários seus, provavelmente terá maior controle sobre o que se
passa em cada um desses pontos de vendas. Afinal, os empregados que
"tocam" essas unidades, sejam eles gerentes ou não, estão sujeitos a
cumprir ordens e podem até mesmo ser sumariamente despedidos, com ou sem
justa causa, se não desempenharem seu papel de acordo com a vontade do
patrão.
Já um franqueado não é um empregado do franqueador. É um parceiro, um
empreendedor, um dono. Alguém que investe seu tempo, seu dinheiro e seu
esforço naquela franquia. Alguém que, pela própria natureza do
Franchising, tem uma autonomia bem maior que a de um empregado.
Divisão da receita
É comum que as unidades próprias do franqueador (cujo lucro reverte
integralmente em seu benefício) gerem, para ele, uma lucratividade
superior àquela que resulta das franquias (das quais recebe apenas os
royalties e não o lucro integral por elas gerado).
Contudo, se levarmos em consideração o risco financeiro infinitamente
menor que as franquias representam para o franqueador, quando comparadas
às suas unidades próprias, verificaremos que, na maioria dos casos, o
retorno que as franquias proporcionam ao franqueador, sobre o capital
por ele investido para formatar sua operação de Franchising, costuma ser
bastante compensador a médio e longo prazos.
Retorno a prazos mais
longos
Para realizar um bom trabalho no planejamento e na formatação de uma
operação de Franchising, o franqueador deverá realizar investimentos que
somente serão amortizados a partir do momento em que um determinado
número de franquias estiver em funcionamento, gerando royalties e outras
verbas.
É evidente que, se a empresa, em lugar de investir na estruturação de
uma operação de Franchising, utilizar os recursos para implantar um ou
dois pontos de vendas próprios, é bem provável que o retorno sobre o
capital investido acabe ocorrendo bem mais rápido.
Contudo, é também evidente que, nessa hipótese, a expansão da rede dessa
empresa se limitaria a esses dois, ou quantos sejam, novos pontos
próprios, enquanto que, se o dinheiro fosse investido na estruturação
correta de uma operação de Franchising, poderia facilmente chegar a
inúmeros pontos. Portanto, a relação custo-benefício, mais uma vez,
seria favorável ao Franchising (como, no geral, costuma ser).
Possibilidades de disputa
com os franqueados
Com o passar do tempo, na medida em que o franqueado vai aprendendo mais
e mais a respeito do próprio negócio e vai ganhando mais confiança em si
mesmo, pode passar a se perguntar: mas para quê, afinal, eu preciso
desse franqueador, se já sei mais do que ele?
É uma fase crítica, onde a possibilidade de conflito é latente.
Principalmente se houver falhas da parte do franqueador no que se refere
à seleção dos integrantes da rede e ao apoio e suporte aos mesmos.
Os riscos de conflito se agravam na medida em que o franqueador não
estiver adequadamente preparado para lidar com eles e para transformar a
"energia" que os mesmos envolvem em algo positivo, através de mecanismos
especificamente desenvolvidos para tanto.
Risco vinculado a atuação
dos franqueados
Ao permitir a atuação de terceiros (franqueados) dentro da rede, o
franqueador expõe a rede à performance de cada franqueado. Uma única
unidade que atuar fora dos padrões pode comprometer a imagem da marca e,
portanto, a rede como um todo. Daí a importância do franqueador
desenvolver técnicas e ferramentas de acompanhamento dos franqueados em
complementação ao suporte prestado.
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