Carro / Veículo - Com mais enchentes, aumenta pagamento de seguro de automóveis
Com o clima quente do final do ano, aumenta a incidência de
chuvas. Isso já é fato conhecido por praticamente todos. Só que, com o aumento
do volume de água nas cidades, ocorre com maior freqüência um outro problema:
pagamento do seguro de automóveis por conta da maior incidência de inundações.
A afirmação é da própria Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e
de Capitalização (Fenaseg). No entanto, conforme o diretor de Autos da entidade,
Ricardo Teixeira, não existem dados específicos sobre o tema.
Peso nas seguradoras
Os órgãos que podem avaliar a influência da "água" na apólice - e sentir o peso
da conta - são as próprias companhias de seguros. De acordo com o gerente de
Auto da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, a situação realmente fica crítica nessa
época do ano, com um aumento de 15% nas ocorrências apenas na Grande São Paulo.
"Preferimos não falar em números. Mas existe sim um aumento", afirmou Sebastião.
Cobertura básica
Segundo o diretor da Porto Seguro, a cobertura básica na apólice para automóveis
compreende colisão parcial e total, incêndio, roubo e furto. Dentro dessa
garantia está também a submersão parcial ou total do veículo em água doce.
"Se o carro cair no mar ou se estiver na beira da praia e de repente ondas muito
fortes atingirem o veículo, não existe proteção", detalhou Sebastião. Ele
explicou ainda que os riscos de enchentes no final do ano já estão embutidos no
valor total do seguro, que muda anualmente, calculado pelo número de sinistros
(pagamentos por danos).
"É importante ressaltar para, sempre que possível, as pessoas evitarem
compromissos em locais com maior incidência de alagamento, como as marginais",
explicou. Sebastião adicionou ainda que, assim que tiverem sido entregues todos
os documentos, a Porto Seguro paga o valor referente em até 30 dias.
Três vezes mais ocorrências
O Superintendente do Ramo Auto da Marítima Seguros, José Carlos de Oliveira,
afirmou que a empresa registrou um aumento de três vezes no pagamento de
sinistros entre novembro e dezembro deste ano, tomando como base o mesmo período
do ano passado. "Está chovendo mais", concluiu.
Segundo ele, as ocorrências, referentes à Região Metropolitana de São Paulo,
estão em mais de cem. "Desse total, um terço dá indenização por perda total. O
restante é possível recuperar", detalhou Oliveira.
No seu bolso
O prejuízo da Marítima, calcula, está em mais de R$ 140 mil, uma vez que cada
pagamento de sinistro custa, em média, R$ 14 mil. Mas com esse aumento das
despesas não são somente as companhias que perdem - o consumidor também sente no
bolso.
Assim como Sebastião, Oliveira explicou que o cálculo de valores é feito com
base no número de ocorrências. "Ano que vem o seguro deve ficar mais caro",
previu o superintendente da empresa, sem afirmar, no entanto, de quanto será
esse aumento
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