Clique aqui para ir para a página inicial
 

Pular Links de Navegação
»
Home
Contato
Calculadoras
Consultoria
Conteúdo
Cotações
Perfil/Testes
Serviços
Parceiros
Mapa site
[HyperLink1]
Cadastrar
 
    
Assuntos

Total de artigos: 11132
    

 

 

Carreira / Emprego - Você sabe se vender bem?  

Data: 18/12/2008

 
 

Bom desempenho é pouco.
É preciso ser fera no marketing pessoal.
Mas cuidado com os limites.


As pessoas estudam anos a fio, se preparam para entrar no mercado de trabalho, adquirem experiência e se tornam bons profissionais. Com que objetivo? Alcançar o sucesso. Salvo raras exceções, essa é a meta geral. Não vamos entrar na discussão filosófica sobre o que quer dizer "sucesso", palavra com significados tão diferentes quanto o número de pessoas que se dedicam à sua busca. Mas para a grande maioria, sobretudo dos executivos, o sucesso, basicamente, se traduz em dinheiro, poder, posição, prestígio, reconhecimento e um sentido de realização profissional. É aquilo que eles perseguem desde o começo da carreira. Ninguém descobriu ainda a fórmula garantida para obter todas essas coisas, ou a maior parte delas. Há algo, no entanto, que se torna cada vez mais fundamental para o sucesso na carreira profissional: aparecer.

Não, não é mais suficiente apenas ser bom naquilo que se faz. Hoje em dia, é preciso, também, sair do anonimato e centrar parte dos esforços na venda da própria imagem. Como profissional, perante a empresa, os colegas e o mercado de trabalho, você não é só aquilo que realmente é. Tão importante quanto isso é o que você parece ser para o mundo exterior. Desenvolver positivamente a sua própria imagem tornou-se uma técnica e tem um nome: marketing pessoal. Neste mundo competitivo, um marketing pessoal bem-feito pode alavancar de maneira decisiva a carreira. No atual mercado de trabalho não há mais lugar para os "gênios discretos", que esperam pacientemente pelo reconhecimento dos superiores. Simplificando, ser um Ph.D., seja lá no que for, ou obter grandes resultados na sua área, pode não levar a lugar algum se o cidadão não conseguir mostrar às pessoas certas tudo o que sabe ou não garantir que elas tomem conhecimento da sua performance.

Um exemplo? Se o doutor John Francis Welch Jr. tivesse se pendurado apenas no seu honroso título de Ph.D. em engenharia química, provavelmente estaria até hoje enfurnado no departamento de pesquisa da General Electric. Em vez disso, escondeu o título, eliminou o Jr., adotou um nome mais plebeu - Jack -, alardeou suas descobertas para dentro e fora da empresa e conseguiu se transformar em CEO da GE. Certamente não ficou esperando em silêncio por essa posição. Nesses tempos em que nada é garantia de nada, a visibilidade é uma das poucas coisas práticas que podem efetivamente contribuir para que um profissional chegue mais perto do sucesso. "O marketing pessoal é um combustível poderoso para as pessoas se desenvolverem nessa sociedade", diz Walter Nori, vice-presidente de Comunicação da Scania.

Mas há questões delicadas que se colocam quando o assunto é vender a própria imagem. Até onde é permitido ir? Como desenvolver a própria imagem sem se tornar um cabotino, irritar os pares ou, simplesmente, cair no ridículo? Quais são as atitudes que acrescentam e quais as que destroem? Existe uma linha tênue entre a visibilidade positiva e a negativa. Como sair da obscuridade sem ultrapassar os limites? EXAME selecionou alguns itens que vão ajudá-lo a não cometer os grandes erros. Não se trata de um manual infalível de marketing pessoal. Apenas de algumas colocações que merecem atenção. Vamos a elas:

A BASE É A CONSISTÊNCIA -
Antes de pensar em aparecer, é bom verificar se você tem mesmo o que mostrar. E ter o que mostrar implica destacar-se. Fazer mais que seus pares, ter um desempenho melhor que o da maioria deles, obter resultados concretos, enfim, ser alguém que faz diferença. Vale lembrar que dificilmente se conseguem essas coisas no início da carreira. A visibilidade precisa ser construída sobre bases sólidas e inquestionáveis. Caso contrário, não dura. "Mesmo que já seja o momento de se dedicar à propagação dos feitos, é preciso manter a coerência e dar continuidade ao trabalho de base", diz o consultor em comunicação Floreal Rodriguez, com larga prática na reabilitação da imagem pessoal. Em suma, só as glórias do passado não mantêm ninguém na ribalta. O que vale é o que fazemos hoje.

CUIDADOS AO TRATAR AS PESSOAS - É dentro da empresa que a imagem de um executivo começa a ser construída. E a primeira coisa que será notada pelos outros é se há, ou não, equilíbrio na relação dessa imagem com os quatro públicos da empresa: superiores, subordinados, clientes e fornecedores. Canalizar a amabilidade só aos superiores e clientes e reservar rispidez e grosserias aos subalternos e fornecedores é um erro grave. Quem é maltratado não esquece nunca e só engole quieto enquanto não tiver escolha. Outro ponto importante diz respeito à atenção que se dá às pessoas numa conversa, pessoalmente ou por telefone. Ouça o que a pessoa está falando, olhe nos olhos, dê ao interlocutor, qualquer que seja ele, a mesma importância que daria ao presidente da sua empresa.

Faça com que a pessoa a sua frente (ou do outro lado do fio) se sinta especial. "Dê um tom de confidencialidade, ou de novidade, ao assunto que vai tratar", diz Floreal Rodriguez. "Ao conversar com alguém, não importa quem seja, procure dizer alguma coisa que acrescente." Rodriguez está certo. Se pararmos para pensar, veremos quantas conversas somos obrigados a ter no dia-a-dia que não nos trazem nada além da perda de tempo. "Tenha sempre um enfoque positivo sobre as coisas", continua Rodriguez, "e tente levar uma contribuição a quem o está ouvindo". Em geral, podemos ser muito mais úteis do que costumamos ser.

Também vital para o marketing bem-feito é manter compatibilidade entre discurso e ações. No tempo em que as empresas eram fechadas, era mais fácil enganar. As pessoas podiam atribuir a si méritos que não tinham, assumir a autoria de projetos que não eram seus. E colher os louros das idéias alheias sem grandes preocupações, porque ninguém ia lá dentro da empresa checar. Atualmente, a comunicação com clientes, fornecedores e concorrentes tornou as mentiras e os exageros mais arriscados. "Hoje, é preciso mostrar performance e performance tem que ter obra", diz o headhunter Luiz Carlos de Queirós Cabrera, da PMC. "Quando alguém começa a expor algum feito próprio, logo surgem frases ou perguntas que desmascaram na hora os fraudulentos: ‘Então me conta’, ‘Me dá um exemplo’, ‘Qual foi o resultado?’." Em suma, a mudança dos sistemas organizacionais está mudando o conceito de marketing pessoal: ninguém vai longe só com um bom blablablá.

SAIBA ENXERGAR AS OPORTUNIDADES - Em geral, quando as pessoas estabelecem uma meta para si mesmas, presumem que somente seus esforços já serão suficientes para atingi-la. "Isso raramente ocorre", afirmam os autores americanos Al Ries e Jack Trout, no livro Horse Sense - Encontre o Cavalo Certo para Montar (Makron Books). A posição deles é a seguinte: sozinho, ninguém chega a lugar algum. Sempre será preciso pegar uma carona com alguém ou com alguma coisa. Unir-se à pessoa certa (um chefe, um par, um superior) ou à coisa certa (a empresa, um produto, uma idéia) é uma das formas mais eficientes de fazer o marketing pessoal.

Na opinião dos autores, numa sociedade igualitária e democrática as pessoas se esquecem da definição clássica do caminho para o sucesso: o que conta não é o que você sabe, mas quem você conhece. Alguém duvida disso? Ocorre que, ao estabelecer metas pessoais com base apenas na nossa competência ou capacidade, deixamos, muitas vezes, de enxergar possibilidades que vão surgindo no caminho (pessoas a quem poderíamos nos unir, idéias novas que nos levariam a outros lugares etc.). O que fazer? Não ser xiita. Estar aberto para opções imprevistas. "Ser, ou não, bem-sucedido não depende de você ter planos empresariais estratégicos. Depende de como você reage às oportunidades inesperadas", diz Ross Perot, empresário americano e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos.

ESCOLHA BEM ONDE APARECER - O vínculo mais comum entre as pessoas e a notoriedade é a vaidade. Vaidosos, todos os humanos são. Mas só os menos inteligentes pagam qualquer preço pela vaidade. Há pessoas tão ávidas por aparecer que nem se preocupam se têm conhecimento suficiente sobre o tema em questão para abrir a boca. Os jornalistas costumam presenciar esse tipo de cena inúmeras vezes - e não valorizam quem faz isso. "O cara que está sempre disponível para dar palpites sobre qualquer assunto vira ‘fonte de plantão’", diz Rodriguez. (No jargão jornalístico, "fonte de plantão" é aquela pessoa que é procurada apenas porque não se conseguiu falar com ninguém mais importante.) "Não é levado a sério porque não tem uma contribuição relevante a dar." Restrinja-se, portanto, aos territórios que você domina.

A regra vale para aulas e palestras, meios fabulosos de sair do anonimato sem perder a credibilidade. Participe sim, mas sem interesses escusos. Não agir com segundas ou terceiras intenções, aliás, é fundamental para a boa imagem. A visibilidade, na grande maioria das vezes, é um investimento que não dá frutos no curto e médio prazos. É também preciso muito cuidado na escolha dos locais a freqüentar. Badalações e colunas sociais, por exemplo, não combinam muito com executivos.

NÃO QUEIRA ESTAR EM TODAS - Participar de atividades que não têm nada a ver com o trabalho é uma coisa. Ser membro de 10 comunidades ao mesmo tempo é outra. Você vai ganhar o título de "rei da reunião" e ser visto como alguém inacessível. "É preciso administrar o tempo adequadamente para cumprir direito os compromissos e não deixar pessoas na mão", diz Rodriguez. Esse é outro ponto essencial para a sua imagem: cumprir os compromissos, honrar a palavra. Quem se envolve com muitas coisas ao mesmo tempo em algum momento vai falhar. E isso não é bom, ainda que a pessoa que levou o cano não tenha grande expressão. Reserve suas energias para eventos que acrescentem algo de efetivo.

CUIDADO COM O EXIBICIONISMO - Você fez um MBA lá fora? Ou conseguiu comprar um BMW? Seja cauteloso ao exibir coisas que a maior parte das pessoas não tem. Algumas empresas valorizam o trabalho duro, e qualquer símbolo de status, mesmo que em termos de preparo técnico, acaba surtindo efeito negativo. "Nesse caso, procure uma empresa onde seus atributos não sejam vistos como uma ofensa àquela organização", diz Cabrera.

MONTE UMA REDE DE RELACIONAMENTOS - Uma boa agenda de nomes ainda é uma das maiores riquezas de todos os profissionais. "Saber explorar o networking é fundamental para a empregabilidade", diz Rodriguez. É sim, mas tome cuidado para não limitar seus relacionamentos ao lado externo da empresa. Lembre-se de que você não é empregado, apenas está empregado.

Para ser boa, a rede de relacionamentos não pode ser econômica, nem em qualidade nem em quantidade. Quanto mais pessoas você conhecer, melhor. Desde que, claro, dê conta de manter um mínimo de contato. Só colecionar nomes e endereços na agenda não resolve. Você precisa saber bem quem são as pessoas, onde conheceu, o que fazem, de que forma poderão ajudá-lo um dia e, sobretudo, no que você poderá lhes ser útil. Aqui, vale a pena ser organizado. Classifique os nomes em categorias tais quais: os mais chegados, os conhecidos, os que dão referências etc. E trate de não procurar as pessoas só quando precisar de alguma coisa.

APARÊNCIA - Que ninguém se iluda: a imagem física que projetamos pode abrir ou fechar portas. A questão é saber exatamente qual é essa imagem. Muitas vezes, a forma como nos vemos não tem nada a ver com a que somos vistos. Em relação a isso, duas coisas são importantes: manter a linha e não exagerar nos modismos. Tratemos, primeiro, da "linha". O mercado de trabalho não exige que os homens tenham o rosto e o corpo do Tom Cruise. Mas daí a não se incomodar com a barriga... "Um executivo gordo e pesadão não transmite a impressão de alguém ágil para enfrentar desafios, suportar longas jornadas ou resolver vários problemas ao mesmo tempo", diz Cabrera.

A gordura não chega a desqualificar os talentosos. Mas a verdade é que, em igualdade de condições, dificilmente um candidato gordo será preferido a um magro. Quanto ao exagero nos modismos, o ponto é não se transformar num garoto-propaganda da Montblanc, do Hermés ou de grifes congêneres. "O produto principal é sempre a pessoa", diz Cabrera. "Às vezes os símbolos são tantos que quem está por trás não aparece." Ou, pior, aparece com a imagem distorcida. Se já no começo da carreira, por exemplo, uma pessoa exibir todos os símbolos de status, levará o empregador a julgar que ela não precisa daquele emprego.

As questões de marketing pessoal não são exatamente complicadas. São apenas delicadas. E requerem muito mais o uso do bom senso do que qualquer planejamento estratégico de carreira. 



 
Referência: gestaodecarreira.com.br
Autor: Maria Amalia Bernardi
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :