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Carreira / Emprego - Desportes e negócios: qualquer semelhança pode ser mera coincidência  

Data: 25/11/2008

 
 
Existem dois tipos de teorias: as que funcionam e as que não funcionam. O perigo é que as teorias que não funcionam costumam ser mais atraentes, sedutoras e miraculosas. Elas são recebidas com entusiasmo pelos fanáticos, crédulos e ingênuos de todas as eras, quadrantes e movimentos.

Percebem que nem o objetivo e o racional mundo dos negócios está vacinado contra as teorias falaciosas. Pelo contrário. Aqui se junta a fome dos gurus com a vontade de comer de alguns empresários e gerentes que temem perder o “bonde” da história e, assim, abraçam tudo quanto é modismo, lenda e disparate acreditando que assim que salvarão os lucros.

A crença de que podemos aprender a gerenciar uma empresa copiando os exemplos dos desportes é fantasia do que ciência. Um exame crítico, mesmo que não severo, desmonta em dois tempos a suposta analogia. Vejamos como:

Qualquer equipe ou desportista sai da quadra com um placar anunciando vitória, empate ou derrota. Nenhuma empresa, organização, gerente ou funcionário consegue um placar semelhante ao final do expediente.

Perder uma venda para o concorrente pode ser chato para o ego, ruim para o bolso do vendedor, mas dificilmente o evento será encarado como questão de vida ou morte. Pois, amanhã é outro dia, novas vendas, novos clientes, novas oportunidades.

As competições esportivas ocorrem dentro de um calendário que define quem joga com quem, quando, onde, e em que horário. Já as empresas jogam com centenas ou milhares de concorrentes diretos e indiretos espalhados mundo afora.

Todas as modalidades de jogos têm regras claras, conhecidas e aceitas pelos contendores e torcedores. No mundo dos negócios, não há um árbitro para apitar as faltas em tempo real, nem as regras do jogo são claras.

Cada empresa cria suas normas e valores. Quem não está satisfeito que bata na porta da justiça. E depois, na economia global, enfrentamos uma “Babel” legislativa, diferenças demográficas, culturais, morais e religiosas que impõem uma multiplicidade de critérios de qualidade, preço e padrões de consumo suficientes para enlouquecer qualquer administrador.

Nos desportes joga-se para ganhar a partida, o campeonato ou a competição. Nos negócios há vários parâmetros para se definir ganhos. A liderança nos negócios não é unívoca. Ela contempla diferentes metrics: lucratividade; market-share; qualidade; fidelidade; patrimônio tangível e intangível; confiabilidade. Ou ainda, atributos específicos dos produtos e serviços que permitem que sejamos líder em segurança, em qualidade, em pontualidade, em preço, líder nisso e líder naquilo.

Nos desportes, o talento individual, o trabalho de equipe e a competência do treinador são suficientes. Nas empresas, é preciso ir muito além e contar com sistemas, tecnologias, processos e métodos de trabalho e gestão inteligentes, além de produtos e serviços diferenciados para garantir os resultados. Por sinal, não contamos com torcidas organizadas para incentivar o time nos bons e maus momentos.

Os desportistas não fazem outra coisa na vida a não ser treinar e jogar. Numa empresa, você exerce uma função nominal, mas participa de reuniões, equipes e projetos multidisciplinares e recebe tarefas novas e complexas, via delegação. E tudo isso numa única partida, digo, num único dia.

Com o advento do downsizing você deve saber correr, nadar, lutar taikendo, futebol, tênis, esgrima etc. e tal. Pior. O treinamento é esporádico e, não raramente, desconectado da realidade organizacional e do dia-a-dia do participante.

A figura épica do coach do time de futebol americano, que faz o maior sucesso de bilheteria nos cursos de treinamento gerencial quando transferida para a empresa, permite algumas comparações, conselhos e material inspiracional. Talvez a maior utilidade esteja na discussão sobre estilos de liderança e disciplina tática da equipe. E só!

O coach desportivo tem cinco funções básicas: treinar, escalar, orientar, motivar e disciplinar a equipe dentro e fora do campo. O nosso pobre gerente coloca a “mão na massa”. Faz o trabalho operacional e estratégico: corre atrás do chefe e dos clientes; briga com os pares; redefine prioridades a todo instante; negocia com os fornecedores; preenche toneladas de formulários enviados por RH; prepara relatórios diários, semanais, quinzenais, mensais, anuais; esvazia a caixa de e-mails; aprende inglês, espanhol e, quando sobra tempo, gerencia a equipe.

Não é à toa que muitos acendem uma vela para a Nossa Senhora dos Aflitos e rezam para que os subordinados não aprontem poucas e, muito menos, boas. Então, caros leitores, usem as metáforas com moderação, pois às vezes qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.



 
Referência: Administradores.com.br
Autor: Eugen Pfister
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :