Defenda-se - Fraudes: Identidades e Documentos Falsos ou Adulterados
A falsificação de documentos e as fraudes documentais em geral são um
problema crescente.
No mercado clandestino e criminoso encontra-se de tudo: Cédulas de Identidade,
Carteira Nacional de Habilitação, CPF, comprovantes de renda, comprovantes de
residência etc ... É suficiente o interessado "encomendar" o que precisa e
fornecer uma fotografia para poder receber um verdadeiro "kit estelionato".
Isso resulta em inúmeras contas bancárias abertas de forma espúria, em nome de
pessoas inexistentes, ou em nome de quem teve sua identidade "roubada" (muitas
vezes através de acesso indevido à cadastros), ou de quem teve um documento
pessoal extraviado. Estas contas e estes documentos, além de poder ser
utilizados na realização direta de fraudes, serão o meio ideal para receber
dinheiro obtido com fraudes ou através de prática de estelionato.
De posse de um bom documento falso, o golpista, além de abrir contas, pode
aplicar muitos outros pequenos e grandes golpes ... alugar imóveis, assinar
contratos (de financiamento por exemplo), comprar carros, comprar bens
parcelados, receber benefícios etc...
Casos classicos são aqueles em que os golpistas oferecem em jornais de grande
circulação carros novos em condições vantajosas ou empréstimos pessoais sem
restrições ou grandes formalidades.
O pagamento dos valores ou das comissões é sempre através de deposito em uma
destas contas abertas com documentos falsos. A negociação é sempre realizada por
um telefone celular pré-pago ou móvel (tipo Vesper) - aquele que funciona em
qualquer lugar - ou adquirido com nome falso ou outra identidade "roubada" (aí
outra vítima poderá receber as contas telefônicas dos golpistas).
Esse conjunto de ações delituosas, todas praticadas à distância, são próprias do
criminoso que age sob o manto da invisibilidade, no completo anonimato, cuja
conduta criminosa é amplamente favorecida pela sofisticada industrialização de
documentos falsos ou adulterados, que hoje pode contar com farta tecnologia.
Existem vários tipos de documentos falsificados, com diferentes níveis de
qualidade e sofisticação. Em se falando de documentos de identificação, os casos
mais comuns são:
1) Documentos montados a partir de espelhos autênticos, roubados e
sucessivamente preenchidos com dados de identidades fictícias ou verdadeiras
(roubo de identidade). Podem ser identificados pelos caracteres usados,
formatação do texto, furos de segurança e outros detalhes...
2) Documentos montados a partir de espelhos falsos mas impressos com
qualidade (offset). Normalmente as cores e detalhes do espelho diferem do
original. Também freqüente o preenchimento com caracteres e demais detalhes
diferentes dos originais...
3) Documentos verdadeiros, roubados e adulterados. O caso mais comum é o
da substituição da foto, através de recorte da original, colagem da nova e
sucessiva replastificação do documento. Nos novos documentos com foto
digitalizada isso é mais difícil. Podem ser identificados pela espessura anormal
da plastificação (na realidade são quase sempre duas plastificações uma em cima
da outra) e por outros detalhes...
4) Documentos escaneados, adulterados ou re-montados e impressos com
impressoras coloridas laser ou jato de tinta. Normalmente a qualidade da
impressão é ruim, faltam definição e detalhes e as cores e caracteres usados são
diferentes.
Uma dica fundamental para a sua segurança em caso de roubo ou perda de
documentos é, além de fazer imediatamente um Boletim de Ocorrência (B.O.) na
Polícia, a de informar o mais rapidamente possível os órgãos de proteção ao
credito (SERASA, SPC, SEPROC...) a respeito do ocorrido. Isso para que, em caso
de qualquer consulta, apareça a indicação de possível uso indevido dos seus
documentos e seja portanto solicitado um contato pessoal prévio por telefone,
com você, para confirmação da operação/compra.
Contas abertas com documentos falsos são também muito utilizadas em esquemas de
lavagem de dinheiro assim como em vários outros tipos de fraudes mais
sofisticadas.
Pode-se afirmar que grande parte das fraudes envolvem, em algum momento, o uso
de algum tipo e documento ou identidade falsa. Isso porque, na hora de receber,
via canal bancário ou outro, o dinheiro fruto da fraude (seja qual for o esquema
aplicado), os golpistas preferem, para disfarçar sua atuação e não serem
identificados e conseqüentemente pegos, utilizar este tipo de artifício. É um
dos momentos nos quais, se existisse uma verificação eficiente e sistemática, os
golpistas são mais vulneráveis.
O conceito de “roubo de identidade” (ou as vezes “aluguel de identidade”) diz
respeito também a outros tipos de fraudes. Por exemplo um dos tipos de fraude
mais comum aos danos de seguros ou planos de saúde é a clássica “troca de
carteirinha”, que nada mais é do que um roubo ou mais comumente um “aluguel” de
identidade. De qualquer maneira uma fraude.
Novas tecnologias estão sendo adotadas no mundo inteiro, tanto no setor publico
quanto no privado, para limitar e contornar o problema das fraudes ligadas a
roubo de identidade, errada identificação ou aluguel de identidade. Neste
sentido o Brasil já detém este know how, apesar de ainda ter um presença muito
esporádica no setor publico e estar apenas engatinhando no setor privado, a
tendência é de um progressivo aumento da presença e do uso destas tecnologias.
Exemplos e dicas sobre Identidades falsas ou adulteradas
A seguir alguns exemplos de Cédulas de Identidade (RGs) falsas.
Neste falso, de São Paulo, os golpistas utilizaram um espelho falso com muitos
detalhes falhos. Além disso, entre os outros erros de falsificação, esqueceram
de por o dígito no numero, quando em SP sempre existe o dígito.
Neste falso, de São Paulo, os golpistas utilizaram um espelho verdadeiro
(roubado) mas, entre os outros defeitos, erraram muitos detalhes no
preenchimento do documento, formatação, tipo de caracteres etc...
Neste falso, de São Paulo, os golpistas utilizaram um espelho falso e, entre os
outros erros de falsificação, esqueceram de por o dígito no numero.
Neste falso, de Pernambuco, os golpistas, entre os outros erros de falsificação,
colocaram o dígito no numero, quando em Pernambuco os números de RG não tem
dígito.
Os documentos de cada estado tem suas peculiaridades e uma consultoria eficiente
pode facilmente desmascarar muitos documentos falsos simplesmente analisando os
dados neles escritos. Por isso se aconselha, nos casos sensiveis, de contratar
os serviços de formação e assistência de entidades especializadas neste setor,
como a ABCR (Agência
Brasileira de Controle de Risco), que tem um ótimo serviço on-line para
validação dos RGs de 11 estados além de outros documentos.
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