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Filhos - Filhos pequenos causam impacto no orçamento 

Data: 30/05/2007

 
 
Nos três primeiros anos da criança as despesas podem passar de R$ 35 mil

Carinhos, cuidados, preocupação e muito dinheiro escorrendo bolso a fora. Esta é a realidade vivida pelos casais depois de uma resposta positiva ao teste do HCG (o hormônio da gravidez). Eufóricos, os futuros pais -  principalmente a mãe -  começa logo a comprar os enxovais, processo que se intensifica com a descoberta do sexo do bebê. A partir da notícia de que a família vai crescer, os gastos não param, podendo ultrapassar R$ 35 mil, somente nos três primeiros anos de vida, sem contar com os dispêndios imprevistos. Os cálculos foram feitos com base em cotações de preços e no consumo médio de diversos produtos verificados pelos pais.

Pesam no orçamento familiar os móveis e decoração do quarto, despesas com a maternidade, roupas, sapatos, fraldas, medicamentos, plano de saúde, hotelzinho, brinquedos, festas de aniversário e, no dia-a-dia, uma diversidade de outros gastos. Um fato complicador é que o orçamento geralmente é formulado sem a previsão dos ônus para a realização do sonho de se tornar pai ou mãe.

No Brasil, muitos pais ou os próprios jovens já se atentaram para a necessidade de reservar economias para bancar a compra do primeiro carro, a faculdade e a formatura, a festa de casamento, a aquisição da casa própria, entre outros planos, cujo financiamento exige cifras mais expressivas. No entanto, ainda são poucos os que se preparam financeiramente para a chegada dos filhos.

Neste ponto, segundo especialistas, os pais se esquecem de que o ingresso de uma nova pessoa à família demanda mudanças na estrutura do lar e gera despesas. "O ideal é que as famílias tivessem alguma economia reservada para estes momentos", defende a professora e especialista em educação financeira Cássia DAquino Filocre.

A afirmação justifica-se pelo fato de que o recém-estreado ao mundo do consumo necessita de itens fundamentais ao seu desenvolvimento e importantes à qualidade de vida, como o leite (após o desmame materno) e as dúzias e dúzias de fraldas descartáveis, cujos pacotes se esvaziam em curto espaço de tempo.

A invenção, juntamente com os lenços umedecidos, é considerada uma revolução pelas mães, mas o consumo é grande e, logicamente, os gastos acompanham. Além disso, os pais proporcionam mimos e exageros - muitos para satisfazer a própria vaidade ou por falta de experiência ? que encarecem ainda mais a criação do filho. Exemplo? As roupinhas e sapatinhos irresistíveis aos olhos dos pais (entenda-se mães) mais corujas e que durante os primeiros meses de vida, o uso é limitado a poucas vezes, se houver grande número de peças.

Tesouro

Como maneira carinhosa de tratá-los, alguns pais chamam os filhos de tesouro e, considerando os investimentos feitos na prole, o tratamento cai bem, já que um dos significados da palavra é "lugar onde riquezas ficam armazenadas". Ao contrário do que alguns pais esperam, com o passar do tempo os gastos com os filhos aumentam principalmente por causa dos investimentos em educação. Sobre este tema, o CORREIO de Uberlândia vai produzir uma matéria que será publicada no próximo domingo, dia 4 de março.

Famílias adotam medidas alternativas para economizar

Além de que os filhos são a melhor parte da vida, os pais têm pelo menos mais uma certeza: os custos desta felicidade são muitos e constantes. Mas, com algumas medidas alternativas, é possível minimizar os impactos que a prole traz ao orçamento doméstico. A decoradora Luciana Viola economizou bem mais que a mão-de-obra nos preparativos do quarto de seus filhos, Luca, de 2 anos e 8 meses, e Giulia, de 2 meses. Há 20 anos, a família composta por quatro irmãos mantém a tradição de repassar roupinhas usadas pelos filhos aos sobrinhos, que são oito.

Ela também está reutilizando diversas peças compradas para o filho mais velho e que puderam ser adaptadas para a pequena Giulia. "Doar é muito importante, mas tem que começar em família. É preciso economizar em alguns gastos, já que alguns são inevitáveis, como as fraldas", frisou. De acordo com a decoradora, o consumo diário deste produto é de 10 a 15 unidades por dia. Um pacotão, que custa R$ 25, é suficiente para 4 ou 5 dias.

A arquiteta Márcia Oliveira Andrade Arantes também esperava utilizar diversas peças de Felipe Marcel, de quase 3 anos, no seu segundo filho. Mas, aos três meses de gestação, veio a notícia inesperada: ela estava grávida de trigêmeos. "Perdi a fala durante quatro dias e eu e meu marido ficamos 15 dias sem conversar sobre o assunto", relatou, ao falar sobre o impacto do susto.

Planejamento

Para ter o primeiro filho, de um casamento após 12 anos de namoro, a família se programou, inclusive financeiramente, o que se repetiu na segunda gestação. No entanto, a programação precisou ser refeita. Em vez de uma peça, cada item foi multiplicado por três, nas compras. Até mesmo os gastos com a maternidade geraram problema.

Segundo Márcia Oliveira, o recurso para pagar o parto estava reservado, mas os bebês nasceram com sete meses e meio de gestação e precisaram ficar em uma UTI neonatal, o que gerou uma dívida de R$ 16 mil com o hospital, que ainda não foi paga por falta de recursos. Desde as primeiras horas após o nascimento, começaram as buscas por vagas para os recém-nascidos no Hospital de Clínicas, o que levou uma semana até que o último deles fosse transferido.

Com enxovais, os gastos foram de aproximadamente R$ 1,8 mil. No entanto, os maiores custos vieram depois. Com quatro meses, Arthur, Rafael e Guilherme consomem uma lata de leite em pó ? que custa R$ 12 ? a cada dois dias, para complementar a amamentação materna. Com isso, a alimentação fica por R$ 180 por mês. Em fraldas, são gastos mais R$ 56 e, com medicamentos, cerca de R$ 65.

Considerando somente estes três itens, sem haver imprevistos, as despesas mensais ultrapassam R$ 300. E, segundo a mãe, o marido tem um salário fixo de R$ 700, mais comissão por produtividade, no setor imobiliário. Márcia Oliveira está afastada de sua atividade profissional.

Casais pecam pelo excesso

Planejar-se financeiramente para qualquer etapa nova da vida, inclusive a maternidade ou a paternidade, é importante. Mas, o excesso de organização, assim como a ausência, pode ser prejudicial. De acordo com a educadora e consultora Cássia D?Aquino Filocre, autora de diversos livros, entre eles, "Educação Financeira ? 20 dicas para você.....", está havendo um período de transição entre uma época em que não se pensava em programar as finanças para ter filhos e um planejamento "paralisante".

A especialista se refere aos casais que querem conquistar a casa dos sonhos, carro, viagens, ascensão na carreira, entre outros objetivos, para depois ter filhos. "Planejam tanto que acabam não tendo nunca", salientou. A desistência pode ser em função da idade ou do desânimo em alterar a rotina do casal, ou seja, abrir mão da comodidade.

Outro ponto negativo em programar demasiadamente a chegada de um filho são as exigências que recaem sobre este herdeiro. "Você se preparou tanto para isto que logo faz uma Previdência Privada para pagar a faculdade do filho. E se ele não quiser cursar?", argumentou a especialista, alertando sobre as expectativas que muitos pais criam em relação aos filhos.

Apesar destas ponderações, ela defende que o planejamento é uma medida prudente; no mínimo, fazer uma poupança para os momentos de maior urgência. Ela aconselha também que as famílias façam seguro de vida em benefício dos herdeiros, visando garantir a eles o sustento, boa educação e atendimento médico de qualidade em caso de falta dos pais. "Enquanto a gente está por aqui, pode-se encontrar soluções. Mas, a morte não escolhe hora, nem idade, e quando, se tem filho, tem que considerar esta possibilidade", ressaltou.

Investimentos

Para o economista, professor e consultor de finanças Ricardo Freitas Martins da Costa, apesar dos consideráveis gastos com a criação dos filhos, não se deve economizar em educação - a principal herança deixada pelos pais - e em saúde. Ele se recorda, por exemplo, que investiu cerca de R$ 1,5 mil em vacinas complementares às disponibilizadas pela rede pública de saúde, visando proteger a filha Maria Eduarda, de 3 anos.

Sobre o planejamento financeiro, ele afirma que este tipo de comportamento não é muito comum entre os brasileiros. "As famílias não aprenderam a se planejar. Na Inglaterra, por exemplo, educação financeira começa na pré-escola", salientou.

No entanto, segundo o consultor, educação para lidar com as finanças depende de outro fator pelo qual a maioria dos brasileiros não tem muita simpatia, que é a disciplina. É o comportamento disciplinar que permite à pessoa abrir mão de consumir algo hoje em prol de algum projeto futuro como, por exemplo, ter um filho.

Alguns dos gastos previstos

Enxoval ? o kit básico sugerido pelas lojas custa de R$ 400 a R$ 700, dependendo das marcas escolhidas

Kit para berço ? de R$ 179 a R$ 600

Móveis e decoração (berço, guarda-roupas, cômoda, poltrona, prateleira, criado e puff) ? de R$ 1,5 mil a R$ 3,9 mil

Maternidade ? os custos médios variam de R$ 1,5 (enfermaria) a R$ 1,9 mil (apartamento), para partos cirúrgicos, e são cerca de R$ 100 a menos se o parto for natural

Fraldas ? o preço do produto varia de R$ 10 o megapacotão a R$ 35, e o consumo é de, em média, dez unidades por dia, no primeiro trimestre; oito no segundo; seis no terceiro e quatro a partir dos nove ou dez meses. Com isso, em um ano, os gastos ultrapassam R$ 800, (se a opção for pela marca mais cara). Ao fim de três anos, serão aproximadamente R$ 1,5 mil, considerando que a cada ano o consumo diminui. Quem opta pelas mais baratas gasta cerca de R$ 428 no mesmo período.

Leite ? o ônus com este alimento depende do tempo em que a criança for amamentada no peito. Se o uso do leite em pó for iniciado a partir dos seis meses, como é recomendado, de uma marca que hoje custa em torno de R$ 13 a lata (até um ano) e R$ 10 (até os três anos), cerca de R$ 1,4 mil vai passar pela mamadeira.

Hotelzinho (período integral) ? de R$ 290 a cerca de R$ 600, com alimentação - para criança a partir de um ano. Assim, ao fim de cada ano, serão gastos R$ 3,4 mil (R$ 6,8 mil, em dois anos) ou R$ 7,2 mil (R$ 14,4 mil em dois anos).

Plano de saúde ? R$ 121 por mês (cobertura nacional e completa/Unimed). Em três anos serão investidos R$ 4.356.

Totais ? R$ 13,2 mil (preços mais baixos) e R$ 35,2 mil (preços mais altos).

Itens para o bebê (preços intermediários)

Carrinho ? R$ 380

Bebê conforto ? R$ 220

Andador ? R$ 100

Cadeira para a papinha ? R$ 120

Cadeira para transportar a criança no carro ? R$ 380

Total ? R$ 1,2 mil.

Dicas para reduzir os gastos com o filho pequeno

Reaproveitar itens bem conservados do filho antecessor, como roupas, sapatos, carrinho, andador, cadeira de papa, entre outros, o que pode ser feito também por meio de doação ou empréstimo entre amigos e familiares.

Antes de comprar, não dispensar uma boa pesquisa de preços. Para isso, as compras têm que ser antecipadas, pois nos últimos dias da gestação as andanças geram muito cansaço.

Analisar em que estação o bebê irá nascer. Se for em época de calor, por exemplo, a compra de macacões de plush e outros tecidos quentes deve se restringir a algumas peças. Cobertor pode ser dispensado e mantas, só se forem bem leves.

Deve-se evitar a compra de muitas peças (roupas e calçados) do mesmo tamanho, pois o desenvolvimento da criança durante os primeiros meses é muito rápido.

Roupas e calçados devem ser sempre uma ou duas numerações a mais, o que amplia o tempo de uso.

Se houver indicação pelo pediatra de uma alimentação diferenciada e cara, faça uma avaliação com outro médico para comprovar ou não a necessidade.

Analisar as listas oferecidas pelas lojas; diversos itens nem são utilizados ou as quantidades são maiores que o necessário. Um exemplo são as faixas umbilicais, cujo uso é desaconselhado por muitos pediatras, e as calças plásticas esquecidas pela maioria das mães.

Diante das vitrines, avaliar a necessidade de comprar mais uma peça, sem se deslumbrar com a beleza e delicadeza dos itens. O mesmo tipo de avaliação vale para móveis e decoração.

Os cuidados básicos com os objetos do bebê ajudam a conservá-los com a aparência de novos por mais tempo. Roupas jamais devem ser lavadas na máquina, por exemplo.



 
Referência: -
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