O profissional prodígio é aquele que tem habilidade ou conhecimento em
determinada área acima da média. Segundo a psicóloga Clarice Barbosa, ele pode
apresentar essa característica desde criança.
“Por serem focados desde crianças em determinadas áreas, esses profissionais
podem ter dificuldade de relacionamento, mas não podemos generalizar”, afirma
Clarice. A especialista explica que isso acontece porque o profissional foi
muito incentivado pela família ou pela escola a desenvolver alguma habilidade
específica, esquecendo de trabalhar as outras competências que influenciam no
relacionamento interpessoal.
Clarice acrescenta que, dentro da empresa, o profissional pode sofrer
discriminação por parte dos colegas ou ele mesmo pode discriminar as outras
pessoas, por acreditar que é mais inteligente ou mais importante que os demais.
Focado no sucesso
Os profissionais prodígios são focados no sucesso, por isso, de acordo com a
especialista, eles têm dificuldade em lidar com erros ou frustrações.
“O aspecto emocional desse profissional deve ser bem trabalho pela empresa. É
necessário desenvolver as inteligências múltiplas”, diz Clarice.
Além disso, pessoas prodígios podem ter resistência em obedecer uma
hierarquia e até mesmo de respeitar limites impostos pela empresa.
Função do líder
Ter uma equipe com profissionais considerados prodígios pode ser negativo
para os negócios da empresa, caso o líder dessa equipe não desempenhe bem o seu
papel, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela
da Matta.
“Não tem como negar que ter prodígios na equipe é bom. Mas se não houver um
líder que saiba administrar as pessoas, esses profissionais podem trazer
problemas para a empresa”, declara.
Matta afirma que, se esses profissionais forem mal aproveitados, ficam
desmotivados, o que reduz a produtividade. Além disso, por serem talentosos,
eles conseguem uma recolocação mais rápida no mercado de trabalho. Porém, para
as empresas, o processo de contratação e demissão de um funcionário tem um alto
custo.
“Essas pessoas precisam de desafios e precisam ser motivadas. Elas não podem
sentir que têm mais capacidade do que é exigido”, acrescenta Matta.
Conhecer os prodígios
O especialista afirma que, no Brasil, apesar das empresas reclamarem da
escassez de mão de obra qualificada, elas não conseguem manter os profissionais
prodígios em sua equipe.
“No Brasil, há desperdício de talento. O problema é que os executivos são
gestores, por isso eles planejam, passam as tarefas e ainda mantêm a hierarquia.
Porém, eles não conhecem seus profissionais”, diz.
De acordo com Matta, para que não haja perda de talento, é necessário que o
líder conheça as características pessoais, comportamentais e profissionais dos
membros de sua equipe. “Ao avaliar o perfil do profissional, é possível oferecer
a atividade que trará mais resultado”, finaliza.